terça-feira, 19 de agosto de 2008

História da Medicina

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Bem que poderia começar falando da motivação de criar um blog ou sobre temas da atualidade ou até quem sabe falar um pouco sobre mim mesmo...

Mas quero fazer diferente, vou começar por onde tudo começou ...


Ao que estudos arqueológicos indicam, a medicina ocidental teve início com os egípcios, por realizarem sofisticado processo de mumificação. A partir desse, foram obtidos grandes conhecimentos sobre anatomia a anatomia humana. E da anatomia para a cirurgia não foi difícil. Um papiro (Edwin Smith) datado de 1.600 a.C. descreve o que seria o exame físico, diagnóstico, tratamento e prognóstico de inúmeras doenças.
A contribuição egípcia na formacologia também pode ser observada pelo uso de plantas medicinais, algumas utilizadas até hoje, como a papoula, rícino, erva-doce, mirra e romã.

No que se refere ao estudo dos sintomas das doenças, os gregos antigos deram o “ponta-pé” inicial. O grande pai da medicina, Hipócrates, foi um dos grandes mestres gregos.

Vale também ressaltar a participação dos romanos, representados por Galeno (um grego que morava em Roma).

Bom saber:

1. Hipócrates


Nasceu em uma ilha grega (ilha de Cós), mas dados sobre sua vida são incertos, sabe que era de uma família que praticava cuidados com a saúde por várias gerações. Dedicou-se ao ensino e prática da medicina.
Parece que viveu na segunda metade do século V a.C., em Atenas, foi chefe da escola de Cós e foi considerado por Platão e Aristóteles o paradigma do grande médico. Segundo a tradição, Hipocrates morreu na cidade grega de Larissa, na Tessádia, por volta de 377 a.C.
Hipocrates era dotado de grande capacidade de observação, já ligava quadros mentais a estados infecciosos, hemorragias e ao parto.
Hipócrates é considerado o “pai da medicina”
Na biblioteca da famosa escola de medicina de Cos encontra-se o "Corpus hippocraticum", que é um extenso compêndio de obras e recomendações médicas (70 obras), mas que não é inteiramente de sua autoria.
Seus ensinamentos foram de grande importância para a eliminação das superstições até então existentes na medicina antiga (será se acabaram?).

Uma das obras do "Corpus hippocraticum", intitulada "dos ares, águas e lares" discute causas ambientais para as doenças (e não mais divinas). Uma outra obra "prognóstico e aforismos" fala sobre a possibilidade do médico predizer a evolução de uma doença, pela observação de vários casos.

Os constituintes considerados mais importantes da obra "Corpus hippocraticum" são:

* Aforismos
* Da Medicina Antiga
* Da Doença Sagrada
* Epidemias
* Da Cirurgia
* Das Fraturas
* Das Articulações (uso do "banco hipocrático" para o tratamento das luxações).
* Dos Instrumentos de Redução
* Dos Ferimentos na Cabeça
* Prognósticos
* Dos Ares, Águas e Lugares
* Do Regime nas Doenças Agudas (influência da dieta e estilo de vida no estado de saúde e convalescença)
* Das Úlceras
* Das Fístulas
* Das Hemorróidas
* Juramento
* Lei

Os atribuídos a Hipócrates são:

* O mal sagrado;
* O prognostico;
* Sobre as águas;
* Os ventos e os lugares;
* As epidemias;
* Aforismos;
* O juramento.

O principal mérito da filosofia de Hipócrates foi a abordagem puramente natural das doenças e recusa às interpretações mágicas e religiosas predominantes na época



O juramento de Hipócrates

O juramente de Hipócrates, resume sua ética e é recitado nas formações de estudantes de medicina

Eu juro, por Apolo , médico, porEsculápio,Higia ePanacéia, e tomo por testemunhas todos os deuses e todas as deusas, cumprir, segundo meu poder e minha razão, a promessa que se segue: estimar, tanto quanto a meus pais, aquele que me ensinou esta arte; fazer vida comum e, se necessário for, com ele partilhar meus bens; ter seus filhos por meus próprios irmãos; ensinar-lhes esta arte, se eles tiverem necessidade de aprendê-la, sem remuneração e nem compromisso escrito; fazer participar dos preceitos, das lições e de todo o resto do ensino, meus filhos, os de meu mestre e os discípulos inscritos segundo os regulamentos da profissão, porém, só a estes.
Aplicarei os regimes para o bem do doente segundo o meu poder e entendimento, nunca para causar dano ou mal a alguém. A ninguém darei por comprazer, nem remédio mortal nem um conselho que induza a perda. Do mesmo modo não darei a nenhuma mulher uma substância abortiva.
Conservarei imaculada minha vida e minha arte.
Não praticarei a talha, mesmo sobre um calculoso confirmado; deixarei essa operação aos práticos que disso cuidam.
Em toda a casa, aí entrarei para o bem dos doentes, mantendo-me longe de todo o dano voluntário e de toda a sedução sobretudo longe dos prazeres do amor, com as mulheres ou com os homens livres ou escravizados.
Àquilo que no exercício ou fora do exercício da profissão e no convívio da sociedade, eu tiver visto ou ouvido, que não seja preciso divulgar, eu conservarei inteiramente secreto.
Se eu cumprir este juramento com fidelidade, que me seja dado gozar felizmente da vida e da minha profissão, honrado para sempre entre os homens; se eu dele me afastar ou infringir, o contrário aconteça

No Brasil, é feito um texto resumido, mas que matem a essência do original:


Prometo que, ao exercer a arte de curar, mostrar-me-ei sempre fiel aos preceitos da honestidade, da caridade e da ciência. Penetrando no interior dos lares, meus olhos serão cegos, minha língua calará os segredos que me forem revelados, o que terei como preceito de honra. Nunca me servirei da profissão para corromper os costumes ou favorecer o crime. Se eu cumprir este juramento com fidelidade, goze eu, para sempre, a minha vida e a minha arte, com boa reputação entre os homens. Se o infringir ou dele afastar-me, suceda-me o contrário.


2. Galeno
O médico romano Galeno nasceu em 131 d.C. na cidade de Pérgamo, ocupou o cargo de médico da escola de gladiadores, especializou-se em cirurgia e dietética.
Em 162 partiu para Roma onde, pela sua fama, tornou-se médico particular do imperador romano Marco Aurélio e seu filho.
Em 170, realizou uma experiência que iria mudar o curso da medicina, onde foi observado que as artérias conduzem sangue, e não ar, como se pensava na época.
Ao fim de sua vida, em 200, retornou para Pérgamo.
Galeno também se dedicou à farmácia. A aplicação dos medicamentos na terapêutica galénica dependia de vários fatores, como a personalidade do doente, a sua idade, a raça e o clima, que afetavam a própria natureza da mistura (krasis) dos humores no corpo humano.
Muitas de suas obras foram perdidas, das que não se perderam, destacam-se:

Comentários a Hipócrates
Sobre as seitas
Sobre a melhor doutrina
Sobre a medicina empírica
De anatomicis administrationibus (em quinze volumes)
De usu partium corporis humani
Método terapêutico
Mas é claro, erros foram cometidos, mas devido a sua influência somente após 15 séculos, com a medicina árabe e o médico Willian Harvey, suas terias foram questionadas.


O que falar da medicina de ontem, do hoje e do amanhã, baseado nestas duas personalidades?

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